Abordar aqui o Bairro da Lampaça, deixem-me confessar-vos, é para mim uma dor de alma. Contudo, já há muito tempo, talvez um ano ou mais, que por aí deambulei, procurando obter alguns documentos fotográficos que pudessem levar, sobretudo aos que estão lohge e há mais tempo sem visitar a aldeia e, mais ainda, àqueles que aí nasceram, o verdadeiro estado de um pequeno bairro da nossa aldeia que, outrora, acolheu uma população impensável nos dias de hoje.
Ora, descendo a rua que dá acesso ao bairro, exactamente a Rua da Lampaça, depois de três casas que, embora com bastantes anos de edificação se podem considerar recentes, e logo a seguir à que foi uma das mais bonitas que a aldeia teve (foi reconstruída pelo Felizberto, que a habita) encontramos aquela que, no sentido descendente, seria a segunda casa do bairro.
É com evidente nostalgia que, quando por aqui passo, e faço-o menos vezes do que gostaria, olho a casa onde nasci e onde nasceram e foram criados os meus avós maternos bem como os oito filhos que deitaram ao mundo e sobreviveram. E é doloroso ver como a casa de um dos grandes lavradores da terra, no seu tempo, se transformou, rapidamente, num amontoado de pedras. Não foram algumas intransigências e, seguramente, estaria restaurada e, quanto mais não fosse nas férias, habitada. Mas essa é outra conversa.
Basta descer mais alguns, poucos, metros, e deparamos com mais uma pequena casa em ruinas. É contígua à dos meus avós. O meu tio Fredo e a minha tia Clotilde viveram aqui uma boa parte da sua vida e aqui tiveram e criaram os três filhos. Só mais tarde, construída a nova casa a abandonaram. Não sei se passou pelas mãos de mais alguém, mas lembro que um dos proprietários seguintes foi o Nuno. Depois. bem... depois, acabou no estado que se pode ver.
No chamado largo da Lampaça o ambiente não é diferente. Esta é a casa que foi da família de Francisco (O Feluje) e Clotide Oliveira. Também neste espaço, não muito grande, criaram a sua imensa prole de mais de dez filhos que, vivendo humildemente e comendo o pão que o diabo amassou, lutaram pela vida, uns por cá, outros pelo Brasil e, a pulso, mostram como se pode transformar a vida penosa da infância e da juventude numa vida de bem estar. Honra lhes seja feita.
Aqui mesmo ao lado, na entrada para uma outra casa de que também já só há ruinas, durante as horas da sesta, muitas vezes depois de um banho na poça dos Intilhais, juntávamos um enorme grupo de rapazes que, quase diariamente, se divertia a jogar as "formas". Quem não gostava muito eram as nossas mães. É que os botões de roupa que apanhássemos à mão de semear estavam naturalmente destinados a ir a jogo.
Voltarei à Lampaça para mais uma incursão neste interessante bairo da nossa aldeia que, salva muito poucas excepções, apresenta o estado que podeis constatar.
Até breve.
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