O exílio a que foi forçado pelo regime de então provocou no padre José Benedito Fernandes Lageira, que desde Junho de 1904 tomava conta da nossa paróquia, um conjunto de debilidades, tanto de carácter físico como moral que, pouco tempo depois do seu regresso da vizinha Galiza, exactamente em 17 de Março de 1917, acabaria por falecer. Terá sido o último pároco de Águas Frias a viver na residência paroquial, no Passal.
A substituição do padre Lageira verificou-se em Julho de 1917, sucedendo-lhe o abade Camilo Augusto Cordeiro, um bragançano que paroquiava uma freguesia da diocese de Coimbra,para onde havia ido, ainda presbítero, acompanhar o Bispo Maris. Chegado a Águas Frias, instalou-se na casa que era de Joaquim Maria Soares, um dos filhos do abade Soares a quem teria cabido em herança.Era uma casa sóbria, edificada com o principal material da terra, o granito, toda em perpianho, com duas partes distintas, uma mais baixa, a cozinha, sob a qual ficavam as lojas e a adega, e outr mais elevada, com rés-de-chão e andar, onde se situava a parte social da habitação. Aí viveu até 1955, ano em que foi substituído pelo abade Adalberto Fernando Paiva, com raizes em Águas Frias, mas que viu a luz do dia pela primeira vez na vizinha Casas de Monforte. E também este optou por viver na casa que o abade Camilo havia adoptado, o que aconteceu até há cerca de dois anos a esta parte quando, devido à sua avançada idade (já vai nos noventa anos), se viu forçado a resignar para dar lugar a um jovem barrosão, de Pisões, que, desde então, é o responsável pelo rebanho dos cristãos da nossa terra.
Vem tudo isto a propósito do estado em que aquela que ainda continua a ser conhecida como a casa do Padre se encontra. De facto, numa época em que, para felicidade de todos os aquafrigidenses, há um conjunto de pessoas que vai procurando adquirir casas devolutas, quase todas em ruinas ou, no mínimo, desabitadas há muitos anos, com a intenção de as restaurarem e lhes dar condições de habitabilidade, repovoando, pelo menos ao fim de semana e/ou nas férias a nossa aldeia, não se percebe a atitude dos actuais proprietários que, residindio no Porto, nem vendem nem se vislumbra que algum dia venham a interressar-se pela moradia que aqui possuem. É uma pena que ninguém consiga levar essa gente a tomar uma atitude diferente perante um património de algum valor.
Eis o estado em que se encontra a parte inferior, com as ervas daninhas a começar a invadir a varanda. As videiras já não conhecem a tesoura que as tinha habituado à poda anual. O quintal, outrora espaço muito produtivo, está absolutamente abandonado.
Este é o alçado sul do edifício superior. Também aqui se nota a degradação que, por não ser habitada, a vai corroendo.
Do lado nascente encontra-se a entrada principal que, como se pode constatar, para além da degradação evidente, começa a ser tomada por tudo quanto é vegetação.
Finalmente, com um ar muito concentrado, o único sobrevivente que por ali se mostrava, estando, provavelmente, à espera que algum dos seguramente muitos roedores que agora habitam a casa lhe sirva de manjar.
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