Quinta-feira, 14 de Agosto de 2014

EXPOSIÇÕES

 

Até 1991 os flavienses e outros transmontanos tiveram oportunidade de fazerem as suas deslocações de combóio. As gentes de Águas Frias, sobretudo as que foram à procura de melhores condições no Porto ou em Lisboa, tiveram no combóio o único meio de comunicação que as podia levar e, depois de alguns anos de labuta, já com o suficiente para matar as saudades da família, trazer de regresso à aldeia.

 

Eu próprio, durante quase dez anos, "sofri" essas dezoito horas que separavam Chaves de Lisboa viajando até à Régua, onde se fazia uma paragem de algum tempo, até que chegasse uma outra composição, com origem em Barca de Alva, para onde fazíamos o transbordo. Depois, já na via larga, lá íamos até ao Porto e, chegados aqui (Estação de S. Bento), teríamos de demandar um outro combóio, este sim, que nos levaria até à capital.

 

Mau grado a evolução dos tempos, há sempre quem trave o desenvolvimento em nome de políticas que nunca haveremos de entender. De facto, enquanto na nossa vizinha Galiza se apressaram a modernizar as ferrovias, nomeadamente electrificando-as e corrigindo os percursos - no concelho de Verin já se fazem obras de requalificação da linha para a alta velocidade - no início da década de 90 do século passado, já com os milhões da UE a chegarem e com o actual Presidente da República como primeiro ministro, em vez de os darem melhores meios de acesso ao resto do País decidiram, pura e simplesmente, que Trás-os-Montes não precisava de combóios. Mandaram fechar as linhas e deixá-las ao abandono ou proceder ao seu desmantelamento.

 

Ontem como hoje continuamos a ver fugir tudo das nossas terras e, nem os políticos que nos deveria representar nem, grande parte das vezes, nós próprios, somos capazes de clamar por direitos absolutamente fundamentais para que a nossa região continue a ter gente.

 

Foi por isso que um amigo de Águas Frias que tanto tem publicitado a nossa terra, decidiu agarrar nas fotos que foi fazendo da extinta linha do Corgo e expô-las publicamente, para que uns possam recordar  o que conheceram e outros tenham oportunidade de constatar uma das formas como começaram, desde Lisboa, a isolar as nossas populações.

 

Vale a pena, pois, a partir do dia 28 de Agosto, um saltinho ao restaurante do Ilídio, o Testarrosa, na Rua do Sol em Chaves, onde estará uma exposição, ou ao Centro Cultural, onde estará uma outra.

 

 

             

 

 

 

publicado por riolivre às 15:54
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