É costuma dizer-se na aldeia que, quando alguém avista um lobo se lhe põem os cabelos em pé. A verdade é que a mim, se algum dia aconteceu (e vi alguns), não me lembro. Agora que se me põem os cabelos em pé, não por ver lobos ou quejandos, mas, outrossim, quando constato situações que não gostaria que acontecessem, ai isso sim!
E ainda há dias me aconteceu. À conversa com um colega, numa daquelas horas em que nos obrigam a esperar que ninguém se lembre de faltar, lembrava-me ele um artigo que em 2001 havia enviado para publicação no JN, exactamente sobre um acontecimento de má memória que ocorrera nessa época em Valpaços e que até mereceu honras de televisão. Reiterou que o fez por não ter encontrado, no imediato, forma mais eficaz para manifestar toda a sua indignação. E fê-lo muitíssimo bem, sobretudo tendo em conta que o assunto, dizendo respeito a qualquer cidadão interessado pela cultura, tinha a ver, sobretudo, com os valpacenses.
Mas, dirão os meus amigos Aquifrigidenses, que teremos nós a ver directamente com essa coisas que se passam aí por Valpaços, para as trazeres a este espaço onde, afinal, pretendes abordar questões da aldeia?
De facto, a minha indignação, mais tardia por desconhecer alguns pormenores que só mais tarde pude conhecer, foi e ainda é, muito maior que a do meu colega. Porquê?
Então aí vai, resumidamente, a história: numa casa em ruinas - a da fotografia - situada mesmo no centro de Valpaços, alguém descobriu, inadvertidamente, um monte de "papelada", alguma já em muito mau estado devido às intempéries a que já tinha estado submetida não se sabe muito bem durante quanto tempo. A descoberta terá sido confiada a alguém que, eventualmente, poderia interessar-se pelo assunto. Dirigindo-se ao local constatou que se tratava de documentação que faria parte do arquivo municipal. Instado a pronunciar-se sobre o assunto, o então vereador da cultura, terá justificado a deposição daqueles documentos nesse local por fazerem parte do arquivo morto da Câmara, sendo que aí se encontravam somente licenças para cães, o que, no seu entender, não teria qualquer valor. Depressa chegou ao conhecimento de um jornal de Chaves que, acto contínuo, publicou a notícia dando-lhe o merecido relevo e sublinhando que haveria documentação de muitíssimo interesse que não tinha nada a ver com as ditas licenças dos caninos, o que motivou a vinda da televisão e mesmo um emissário do IPPAR que, em primeira instância, obrigou a remover todo aquele acervo para um localonde pudesse ser feita uma triagem e a verificação do interesse ou não daqueles documentos. Mantive-me sempre na expectativa e, como não sou demasiado curioso, deixei correr os acontecimentos, ainda que procurando estar ao par do que se ia passando. O que eu não sabia era que haveria lá muita coisa que, se calhar, podia ter ajudado a salvar por nos interessar a sua preservação e tratamento.
Na verdade, só depois de, num verdadeiro acto de um tribunal do Santo Ofício, o dito vereador da cultura, muito pela calada, ter mandado queimar todo aquele conteúdo na lixeira municipal, me foi dito que, na pira do demoníaco edil, acabava de ser cremada uma boa parte da história de Monforte de Rio Livre. De facto, alguém viu nomeadamente livros de actas do nosso concelho que aqui haviam chegado por, na altura da extinção de Monforte se encontrarem em Lebução que, como se sabe, passou a pertencer, também a partir daí, a Valpaços.
Assim se permitiu, um reles vereador, amputar definitivamente uma boa parte da história da nossa terra. Pena é que os políticas continuem a portar-se perante a justiça como qualquer cidadão inimputável, não sendo, por isso, penalizados pelas suas asneiras. E não são poucas nem pequenas.
A Quinta do Barros, nome que lhe advem do apelido dos seus proprietários situa-se à entrada de Águas Frias, muito próximo da Estrada Nacional 103, numa das encostas do morro do Brunheiro onde, sempre vigilante, espreita o nosso imponente Castelo de Monforte.
Também há quem lhe chame Açoreiras do Porto ou mesmo Açoreiras do Barros, razão por que, um pouco mais abaixo, em direcção a Chaves, aparece a povoação de Assureiras do Meio, exactamente a anteceder essa outra que lhe vai na ilharga e que dá pelo nome de Assureiras de Baixo. E não deixa de ser curioso que ainda há quem conhece as duas últimas por Quinta de Cima e Quinta de Baixo, ou não tenham, também elas, sido pequenos núcleos populacionais cujos habitantes dependeriam do trabalho que os donos das terras à volta lhes iam dando.
Mas, voltemos à Quinta do Barros, que conheço desde miúdo, ou não fossem o Chico e o Jorge dois bons amigos de infância que continuo a preservar. E, então, dizer que as habitações desta nobre família estão subjacentes a uma lindíssima mata de castanho, á mistura com carvalhos e, naturalmente, com muitos castanheiros que, outrora, ajudavam ao sustento de muita gente de àguas Frias que, nesta altura, para aí se deslocava todos os dias ganhando a jeira na apanha das castanhas. Pena foi que há uns anos a esta parte, mão de energúmeno tivesse posto fogo nessa fantástica mancha verde que embeleza a zona e enobrece o seu vigilante, o Castelo, que, desta feita, não conseguiu evitar os danos do pirómano. Está, todavia, a ganhar a luta do verde contra o negro dos tições e, seguramente em pouco tempo, poderemos apreciar de novo esse bosque invulgar em todo o seu esplendor.
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