Este espaço exterior ao castelo foi, durante séculos, palco das transacções que os locais, em particular, e os transmontano, em geral, tinham necessidade de levar a cabo para a manutenção da sua sobrevivência. Aí se faziam, portanto, as trocas, primeiro directas (o produto por produto), mais tarde indirectas, isto é, já com a moeda como intermediária.
Já no século xx foram estabelecidos dois dias mensais para as feiras que, cada vez mais, se tornavam não só importantes como imprescindíveis para a nossa débil economia. Os dias 18 e 28 de cada mês constituiram, até aos anos setenta, verdadeiras romarias que atraíam ao planalto centenas e, nalguna casos, milhares de transmontanos oriundos das quatro partidas deste pedaço raiano de Portugal.
Ainda me lembro bem de, quando era um fedelho, me sentir orgulhoso de, com a aguilhada na mão, conduzir a junta de bois da minha avó subindo a encosta íngreme que separa a aldeia (de Águas Frias se trata, claro) do castelo para, aí, e depois de pagar a "casinha" -uma taxa que um pressuroso funcionário da Câmara de Chaves cobrava à entrada - esperar que algum lavrador aparecesse e mostrasse interesse na compra dos bois, num processo que, aliás, era muito interessante, pois, o essencial, para além do melhor ou pior tratamento que seria dado aos animais, era verificar, através de uma vistoria aos dentes, se o bicho era novo ou não e se tinha ou não saúde.
Bom, mais à feira também chegava outro tipo de animais que os nossos conterrâneos iam criando nas suas casas, nomeadamente os recos que, no campo da feira, tinham o seu espaço próprio, designado exactamente por "toural dos recos".
A par disso e como não poderia deixar de ser havia uma séria de casitas toscas, em pedra, já cobertas com telha, onse se instalavam os taberneiros e, naturalmente, onde, para além do copo de vinho com que eventualmente se selava um negócio ou se comemorava um encontro, os que vinham se longe podiam ter acesso a uma refeição. Também havia, onde agora se encontra um espaço de lazer que em boa hora a Câmara de Chaves criou, um conjunto de grandes mesas de pedra onde se instalavam outros taberneiros e o Manolo que, já nesse tempo, aí vendia o seu afamado polvo.
As mudanças introduzidas por ABRIL levaram, por uma questão da salubridade, ao encerramento de todo o tipo de feiras de gado que até então sustentavam uma certa dinâmica comercial, embora somente ligada à agricultura. Foi no tempo em que o engenheiro Videira fazia parte da autarquia que isso aconteceu. Lembro-me de, após uma conversa com ele ter conseguido que se fizessem mail algumas feiras. Todavia, instado governamentalmente, houve que ceder.
Descobri esta fotografia que, se a memória não me falha, é exactamente da última feira de Monforte. Já não sei de que mês nem se dos 18 ou dos 28. Mas fica a memória visual para os vindouros.
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