Já é vulgar ouvirem-me dizer que pouco ou nada me surpreende. Se todos os dias vão acontecendo as coisas mais inverosímeis por que razão havemos de nos sentir surpreendidos quando ficamos perante uma qualquer ocorrência, por mais insólita ou mesmo extravagante que seja ou nos pareça? E se navegarmos habitualmente pelo espaço virtual que a internet nos proporciona, parece-me que ficamos ainda com menos probabilidade de nos sentirmos surpreendidos.
Todavia, como não há regra sem excepção, e ainda bem, devo adiantar que sempre me dá algum gozo que, circunstancialmente, me aconteça ficar feliz com alguma surpresa. E se ela vem da nossa terra, como isso me pode tocar muito fundo, creiam que o meu contentamento será muito maior.
Pois bem, ontem mesmo, em casa dos meus progenitores, tive a felicidade de aceder a um pequeno caderno de quinze páginas onde o Feliz, esse mesmo que o Ti Virgílio e a Tia Cármen criaram, conjuntamente com a Cilinha, o Tavinho e o Toninho, discorre, em poesia, sobre as suas memórias.
E eu não podia deixar de, por um lado, fazer aqui uma homenagem ao Feliz, o poeta de Águas Frias que desconhecíamos, e, por outro, dar a conhecer algumas das quadras com que, de forma sublime, brinda a terra que o viu nascer.
Capa do opúsculo
Respigo agora algumas das quadras que o Feliz dedica à sua/nossa terra:
Eu nasci em Trás-os Montes
Nisso tenho satisfação
Escolhi novos horizontes
E fui para outra Nação.
Cá de longe te recordo
E de ti tenho Saudade
Ao lembrar-me de ti choro
Podes crê-lo com verdade.
Não consigo esquecer
Aquele povo serrano
Orgulho tenho em dizer
De que sou um transmontano.
Quem esta terra visitar
Jamais a poderá esquecer
E sem de novo lá voltar
Em paz não pode morrer.
Foi nesta risonha aldeia
Que a este mundo cheguei
tu nunca me sais da ideia
E um dia a ti voltarei.
Águas Frias és um amor
E muito amor tens para dar
Ao te deixar senti dor
E peço a Deus por favor
Que me faça a ti voltar.
O teu famoso castelo
Te guarda ao cimo do monte
Ele é tão lindo e tão belo
Quando a gente se põe a vê-lo
Quer de perto quer de longe.
Por todos és conhecido
como Castelo de Monforte
Águas Frias Tem-te por abrigo
Desde sempre até à morte.
Dizem que pertencias
À Vila de Rio Livre
Mas agora és de Águas Frias
Pois disso ninguém duvide.
Quem ao teu cimo subir
Jamais te poderá esquecer
Ao descer vem a sorrir
De tanta beleza ver.
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