O título que dei ao post deixa a ideia de que na aldeia, apesar de tudo, ainda há gente. De facto, ela pode estar moribunda, mas, a verdade é que, embora não sejam muitas, podemos aí encontrar algumas das pessoas que ainda resistem, mantendo-se fiéis ao torrão que os viu nascer e onde sempre labutaram e labutam até que possam.
Pois bem, sempre que tenho oportunidade de ir a Águas Frias, para além da imensa nostalgia que naturalmente me toma, sinto, paradoxalmente, um misto de alegria e tristeza. A alegria de ver as pessoas com quem me vou cruzando e a imensa tristeza que advem do facto de ver cada vez menos gente e, sobretudo, cada vez mais velhos. Valha-nos que começa a haver quem, a pretexto de passar as férias ou um mero fim de semana, já vai procedendo à recuperação de algumas casas preservando o importante património habitacional e dando alegria à aldeia qundo aí se deslocam.
De entre as pessoas que habitualmente procuro ver quando por lá passo deixem-me destacar uma que, lá da sua galeria, se mantem atenta a quem surje no seu horizonte visual. E com que alegria levanta o braço para cumprimentar ou mesmo para chamar quem se aproxima para lhe dirigir a palavra. A mim, que, antes de descer a rua que me leva a casa dos meus velhotes, nunca deixo de espreitar (diria, de me mostrar) para a sua janela dá-me um prazer imenso ver o seu sorriso aberto e saber que tenho ali uma grande amiga. E, sempre que vou ao "Parente" tomar um café, não me sinto bem se não arranjo um tempinho para a ir cumprimentar nesse pequeno espaço da sua casa onde se vai isolando do mundo, também e cada vez mais pequeno que a rodeia.
Já toda a gente deve ter percebido que estou a falar de uma mulher que, durante uma vida inteira, com o marido e o filho mais velho emigrados para o Brasil, teve a coragem de enfrentar a vida, primeiro com a filha, depois sozinha e, finalmente, de novo com a filha, ora na labuta da terra, como os vizinhos, ora atendendo os clientes na taberna que tantas histórias encerra.
Ora, aqui há tempos, pedi-lhe que se deslocasse até à varanda da casa que outrora foi dos Claros e que ela adquiriu com as suas economias. A Dete, que agora assume o ónus de tratar da sua progenitora - e com que pundonor o vai fazendo - lá a conseguiu levar até aí. Eu já estava a postos e, quando a Tia Adélia assomou e se encostou ao balaústre, foi só disparar. O resultado foi o que se segue:
Esta era a homenagem, singela, que eu devia a essa grande mulher, que do alto dos seus oitenta e muitos anos, continuando a lutar pela vida que lhe vai querendo fugir, mantem aquele sorriso que sempre a caracterizou e com que sempre nos recebeu. É também uma homenagem à Dete, amiga de infância, pelo denodo com que continua a cuidar da sua própria mãe. É, finalmente, a homenagem ao Fernando que, inesperadamente, há bem pouco tempo, me deu a imensa alegria de o ver depois de tantos anos e de lhe lembrar que nunca esqueci aquela fisga que um dia me fez. Só não sei se serviu para deitar abaixo algum melro naquelas sestas que passávamos debaixo da moreira dos Intilhais.
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